quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O homem do paleolítico vai ao supermercado


A partir da obra "O homem do paleolítico vai ao supermercado" do artista plastico Robert Banksy, podemos concluir que a afirmação [O Paleolítico está cada vez mais longe de nós. O conceito de civilização afastou o “primitivo” e introduziu o “civilizado”] está errada pois a pintura sobre pedra mostra claramente um amálgama de homem civilizado com características primitivas.


Tanto é, que para deixar o moderno comprador mais primitivo o artista colocou em suas costas algumas lombadas ou calombos, como encontramos em jacarés ou dinossauros. É o misto do homem moderno com o primitivo em uma só imagem. Lembremos de Hauser, que afirma “no paleolítico os homens viviam num nível econômico improdutivo e parasitário, tendo de coletar ou capturar seu alimento em vez de produzi-lo”. Nada mais eloquente, afinal, fazemos exatamente isso, não produzimos, coletamos nosso alimento em supermercados! Além disso, Hauser afirma sobre os homens do paleolítico “(...) ainda viviam no estágio do individualismo primitivo, de acordo com padrões sociais instáveis, quase inteiramente desorganizados, em pequenas hordas isoladas, que não acreditavam em deuses, nem na existência de um mundo e de uma vida para além da morte”. Hoje, temos um quadro parecido que não está explícito na obra de Bansky, mas está implícito em sua representação do homem moderno, cuja sociedade, cada vez mais moderna, torna os homens mais individualistas, com padrões sociais instáveis, sem acreditar na existência de Deus ou na vida após a morte.


Portanto, fica claro que a obra retrata não o homem primitivo em um ambiente moderno, mas o homem da atualidade, que cada vez mais moderno, se aproxima mais de sua essência primitiva.

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