domingo, 23 de agosto de 2009

A História do Acre

Em 1895 foi nomeada uma comissão visando definir os limites entre Brasil e Bolívia de acordo com o Tratado de Ayacucho, de 1867. Thaumaturgo de Azevedo, percebeu que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, que estava quase totalmente ocupada por brasileiros e denunciou ao governo federal o prejuízo daí decorrente, já que o Brasil perderia o alto rio Acre, quase todo o Iaco e o Alto Purus.
Após ter o reconhecimento legal destas fronteiras, a Bolívia enviou para o Alto Acre uma expedição comandada pelo Major Benigno Gamarra, onde passaram por inúmeras dificuldades, inclusive de alimentação. Em 12 de setembro de 1898, o Piquete conseguiu chegar ao seringal Carmen, dirigindo-se logo depois à vila de Xapuri, onde pretendia fundar uma delegação nacional. Em 30 de novembro de 1898, o coronel da Guarda Nacional Manuel Felício Maciel, intimou os bolivianos para que se retirassem.
Em 2 de janeiro de 1899 chegou ao Acre o ministro plenipotenciário boliviano, Dom José Paravicini. Ele efetivamente instalou uma aduana e um povoado denominado Puerto Alonso em terras do Seringal Caquetá. Paravicini exerceu sua autoridade de forma rígida, como a abertura dos rios amazônicos ao comércio internacional, que feria profundamente a soberania brasileira. Uma revolta começou então a se erguer entre seringalistas e seringueiros brasileiros enquanto aumentavam as denúncias de violências contra brasileiros. Com a partida do ministro boliviano para Belém, depois dos chamados "Cem dias de Paravicini", os acreanos decidiram se unir para lutar contra a dominação boliviana.
Em 1º de maio de 1899 alguns seringalistas decidiram que era chegada a hora de expulsar o delegado boliviano Moisés Santivanez, que havia substituído Paravicini no comando de Puerto Alonso. As autoridades bolivianas não resistiram e partiram para Manaus. Foi então estabelecida uma Junta Central Revolucionária.
Em Belém, o repórter Luis Galvez denunciou nos jornais paraenses (03/06/1899) a existência de um acordo secreto entre Bolívia e Estados Unidos e em caso de guerra entre o Brasil e a Bolívia pelo Acre, os Estados Unidos apoiariam a Bolívia. Esta revelação chocou a opinião pública brasileira, mas foi negada pelas autoridades bolivianas e norte-americanas.
Após muitas negociações, Galvez viajou ao Acre com patrocínio do governo do Amazonas. De seu encontro com a chamada Junta Revolucionária surgiu a intenção de se fundar o Estado Independente do Acre. Em 14 de julho de 1899 foi criado o Estado Independente do Acre, com capital na Cidade do Acre (Puerto Alonso). Luis Galvez foi escolhido presidente do novo país, e imediatamente começou a expedir correspondências à países da Europa e América, a fim de obter o reconhecimento internacional.
A Legislação que Galvez elaborou era em grande parte bastante avançada para a época, o prejudicava os interesses de alguns seringalistas, aviadores e exportadores de Manaus e Belém.
Galvez foi deposto em 28 de dezembro de 1899 pelo seringalista Antônio de Souza Braga, que assumiu a Presidência. Braga não conseguiu equilibrar a situação e Galvez reassumiu em 30 de janeiro de 1900. A partir desses acontecimentos o governo federal do Brasil mandou para o Acre uma força tarefa para destituir Galvez e devolver o Acre à Bolívia, o que aconteceu em 15 de março de 1900, sem nenhuma resistência por parte dos revolucionários.
A Bolívia reassumiu o Acre. Por outro lado, o governo do Amazonas, com o firme objetivo de anexar o Acre a seu estado, financiou a Expedição Floriano Peixoto, uma expedição armada, mas composta por boêmios e profissionais liberais de Manaus, sem nenhuma experiência militar. O combate entre a “Expedição dos Poetas” e o exército boliviano ocorreu em 29 de dezembro de 1900, em Puerto Alonso, com a derrota dos poetas, que voltaram para Manaus.
Finalmente, em 11 de julho de 1901 foi assinado pela Bolívia o contrato de arrendamento do Acre com um sindicato formado por capitalistas norte-americanos e ingleses. Logo depois chegou ao Acre D. Lino Romero, autoridade boliviana encarregada de preparar o estabelecimento do Bolivian Syndicate, notícia esta que repercutiu muito junto à opinião pública e que forçou o governo federal a finalmente se posicionar na questão, impedindo a efetiva instalação dessa Companhia Comercial. A manobra impediu que o imperialismo norte-americano assumisse o controle territorial (e militar inclusive) de uma das regiões mais ricas da Amazônia.



Diante dos fracassos anteriores e da indecisão do governo federal, os seringalistas, insatisfeitos com a dominação boliviana e temerosa das conseqüências do Bolivian Syndicate, articularam uma nova revolta. Outra vez receberam financiamento do governo do Amazonas, para cujo comando foi convidado um homem com experiência militar. Plácido de Castro assumiu a revolução e preparou um exército de seringueiros, começando a luta em 6 de agosto de 1902, em Xapuri em uma guerra que durou até 24 de janeiro de 1903, quando foi tomada Puerto Alonso, transformadas então em Porto Acre. Novamente foi declarado o Estado Independente do Acre, embora o objetivo final dos acreanos continuasse sendo obter a anexação do Acre ao Brasil.
Se Campos Sales (1898/1902) não quis envolver a problemática república brasileira na questão acreana, o novo Presidente Rodrigues Alves (1902/1906) estabeleceu uma política oposta. Rio Branco, nomeado ministro das Relações Exteriores, iniciou as negociações com a Bolívia. As questões foram resolvidas com o estabelecimento do Tratado de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903 e assim o Acre passou a fazer parte do Brasil, restando ainda o problema com o Peru, que só seria definitivamente resolvido em 8 de setembro de 1909, com a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro.


Para ler:

A Saga de Chico Mendes. (Clenaldo Freire) http://www.4shared.com/file/35502731/2eec86d9/A_SAGA_DE_CHICO_MENDES_-_Clenaldo_Freire_Monteiro.html

História de Cruzeiro do Sul http://www.senado.gov.br/web/senador/geraldomesquita/Textos/cruzeiro.pdf

A margem da História (Euclides da Cunha)http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/1038/4/573595.pdf

Barão de Rio Branco visto por seus contemporâneoshttp://www.4shared.com/file/22749588/d1048d02/O_barao_do_rio_branco_visto_por_seus_contemporaneos.html

Brava Gente Acreana – Vol I 2008Senado Federal – Gabinete do Senador Geraldo Mesquita Júnior

Acre em númeroshttp://www.ac.gov.br/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=21&Itemid=99999999

Para acessar:

Site - Biblioteca da Floresta Marina Silva
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/

Estudando a história
http://eduardoeginacarli.blogspot.com/

Índios do Acre
http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendaindiosacre.html

Amazônia – De Galvez a Chico Mendes
http://amazonia.globo.com/

De Galvez a Chico Mendes: o discurso branco na tela da Globo
http://www.duplipensar.net/artigos/2007/minisserie-amazonia-de-galvez-a-chico-mendes-o-discurso-branco-na-tela-da-globo.html

História do Acre – (Wikipédia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acre

História do Acre – (Globo)
http://www.historiadoacre.globolog.com.br/

O mito fundador do Acre
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/mito-fundador-do-acre.html

Para ver:

Amazônia - Cap I
http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=l1k42ni8LQs&feature=related

Epopéia Euclidiana
http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=EZBheOCfRDA&feature=PlayList&p=DD6059ABE22B49C9&index=0&playnext=1
Hino Acreano com imagens
http://www.youtube.com/watch?v=iJxWxyAumpE

Tributo a Chico Mendes
http://www.youtube.com/watch?v=Oq7bwKCnFdw&feature=related

Celebridades Brasileiras – Chico Mendes
http://www.youtube.com/watch?v=2qPAtW0Ig1Q&feature=related

Para ouvir:

Ouça o hino do Estado do Acre (Versão WMA - 1,3 Mb)
Ouça o hino do Estado do Acre (Versão MP3 - 3,9 Mb)

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