quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Homofóbica hipocrisia no Senado*

Muitos defensores da virtude cristã acusam o projeto de criminalização da homofobia de vetar sua liberdade de se oporem ao homossexualismo. Mais que um “nobre impulso”, o projeto de lei que criminaliza a homofobia é uma necessidade. É um tapa na cara. Abre nossos olhos para a hipocrisia de quem desvirtua a liberdade de expressão, arduamente conquistada, para justificar o preconceito e a intolerância.
Após o Supremo Tribunal Federal (STF), considerar a união estável de homossexuais como família, os evangélicos e católicos, os mesmos que pregam o amor ao próximo e o livre arbítrio como partes essenciais de sua fé, repetem o erro dos antigos inquisidores e lançam as “novas bruxas” e os “novos judeus” às fogueiras e aos vagões de trem repletos de gás.
O projeto de criminalização foi chancelado na Câmara, mas ainda deve passar pelo crivo da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e pela Comissão de Constituição e Justiça, e se aprovado, garantirá um direito básico na política e na religião: o livre arbítrio.
Ao contrário da falsa exaltação da liberdade utilizada nos púlpitos, confundidos com palanques, onde o interesse não é a liberdade e sim acorrentar à ideias caducas, a criminalização garante aos homossexuais outro direito básico, o de ir e vir, sem ter medo de serem espancados e execrados; nada demais.
Usar a liberdade como desculpa para o exercício do fundamentalismo é provar que não se fala, na verdade, da necessidade de expor nossa opinião, mas que ainda não conhecemos o real significado, ou o valor, da liberdade. Apoiar a livre expressão como desculpa para a agressão, seja verbal, física ou mental, é o pretexto ideal para a instalação de um novo Reich.



Este texto é apenas um exercício para Editorial.

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