Muitas vezes esta grandiosidade é mero exagero, criado propositalmente para esconder as falhas do plano geral. Desta forma, não se pode ignorar também o ator, como parte do cenário e da trama do espetáculo. Não basta ter um ator e um texto, há diversas nuances à sua volta. Uma emoção pode ser valorizada pelo cenário e principalmente pelo jogo de luz e sombra incidindo sobre o ator, como ensinou Appia, que inseriu “a primazia no uso artístico da luz na cena e na reflexão sobre as implicações desta conquista expressiva”.
Da mesma forma, a música, que nos influencia nas banalidades da vida, acaba tendo uma importância enorme no teatro. A música atinge diretamente o ponto chave de qualquer apresentação artística, a emoção. Imagine a emoção que Wagner causa só o ouvindo em duas caixinhas de som no computador, compare com a sensação de uma ópera onde a orquestra o brinda com uma massa sonora de uma cavalgada de Valquírias caindo sobre a platéia.
“A. Appia ficou sendo mais conhecido pelas aplicações técnicas de sua obra, relacionadas com a iluminação (luz móvel, focos precisos e
variáveis) e a tridimensionalidade da cena (espaço de atuação em relações concretas entre o corpo do ator e os objetos de cena ), padrões mínimos de encenação hoje largamente adotados. Mas seus escritos revelam um horizonte de questões que se tornaram fundamentais para pensar a
realização teatral”
Referências:
APPIA, Adolphe, Encenando com a Luz
DUDEQUE, Norton, O drama Wagneriano e o papel de Adolphe Appia em suas transformações cênicas
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