“Um igarapé no meu
quintal”
30:01′
Rio Branco-AC-2010
Direção Gilberto
Ávila
Em
algumas partes do Brasil não se conhece a expressão “igarapé”,
que designa um pequeno braço de rio, mas córregos e cursos d'água
são sinônimos para este pequeno ecossistema, que possui a mesma
importância nos seus diversos substantivos. “Um Igarapé no meu
quintal” é o resultado de um minicurso de três semanas sobre
cinema documentário, enfocando oficinas técnicas, palestras
temáticas, aulas teóricas e trabalho de campo, realizado por 25
alunos do município de Rio Branco, estado do Acre. A realização
faz parte do projeto “Consumo Consciente - Cinema e Cidadania”,
aprovado no Edital Arte e Consumo do Procon do Estado do Acre, em
2008
O
trabalho não chega a possuir o charme de um “ilha das Flores” ou
a intensidade de um “Surplus”, mas merece elogios por sua
iniciativa, já que proporcionou à 25 jovens a oportunidade única
de aprender, na prática, os conceitos que envolvem a produção de
uma peça audiovisual, do roteiro e iluminação e captação de
recursos e apresentação. Tudo de forma tão dinâmica que toda a
produção foi realizada pelos alunos, que dirigidos por Gilberto
Ávila, saíram do curso com a satisfação única de ter em mãos, o
fruto de seu trabalho e aprendizado.
Outro
ponto positivo do documentário é sua trilha sonora, parte gravada e
composta pelo músico Gustavo Ribeiro e o restante sendo cedido pelo
grupo “Vida Seca”, de Goiânia. Chama atenção o som diferente
do Didiridu, instrumento percurssivo, de raízes índigenas (usado
pelos aborígenes da Austrália), gravado pelo músico Magno.
O
documentário possui a pretensão de denunciar, mostrando uma verdade
inconveniente, porém menosprezada de um igarapé que agoniza, e que
de tempos em tempos, quando a força das chuvas avançam sobre as
casas, volta ser fundo, “É um chamado à reflexão sobre os
caminhos traçados pela ocupação humana e seu modo de viver na
Terra, um alerta a sociedade sobre um de seus maiores bens, a água”.
Para
retratar esta realidade, o documentário busca especialistas
ambientais, engenheiros e arquitetos, enfocando o olhar jornalístico
do documentário. Entre estas participações, a de Leonardo Boff é
talvez a mais importante, mas as palavras de alguns destes
especialistas soam panfletárias e pouco eficientes, o que não
ocorre quando ouvimos os moradores que vivem às margens do igarapé
(e da sociedade), pois falam sobre aquilo que vivem, sentem e
precisam e suas histórias nos comovem realmente, por menos
habilidosas que suas palavras sejam.
Todos
sabem que os pássaros vivem e se multiplicam próximos à natureza,
mas nem todos sabem que Dona Raimunda Pinto precisa das garrafas Pet
descartadas no rio para sobreviver, e é este enfoque sobre a visão
dos moradores que enriquece o documentário. São suas vozes que
queremos ouvir quando falamos de algo que está no nosso quintal,
felizmente, estas aparições são a maioria no documentário.
Assista ao documentário:
Um Igarapé no meu Quintal
from Gilberto
Ávila on Vimeo.
Mais informações e ficha técnica: cinemaecidadania.wordpress.com
*Resenha de Fábio Carvalho e Fernando Henrique Leal
Assista ao documentário:
Mais informações e ficha técnica: cinemaecidadania.wordpress.com
*Resenha de Fábio Carvalho e Fernando Henrique Leal
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