Interessante entrevista conduzida pelo jornalista Celso Callegaro, do Além do Lead com a colunista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde, buscando amparo na experiência esta jornalista, que iniciou sua carreira antes do advento do online e que precisou passar por esse processo de transição.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Jornalismo online: uma selva sem lei?
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Floresta Digital amplia serviços e investe na relação direta com usuários
Fábio Carvalho (Seplan)
O Floresta Digital se consolidou como um exemplo de democratização da
informação e inclusão para a população do Acre. O programa atende hoje
quase 60 mil usuários cadastrados e atinge, através de diferentes
serviços, mais de meio milhão de acessos, entre cadastros para
utilização da internet e serviços prestados nos telecentros.
Para implantá-lo, o governo do Estado investiu R$ 7,5 milhões - um
investimento baixo, considerando o ganho revertido para a população em
serviços diretos e indiretos de acesso à internet: sinal do Floresta
Digital nas residências, através da antena corretamente instalada,
cursos e oficinas nos telecentros e o recém-disponibilizado Portal de
Ensino a Distância.
Apenas em um dos rádios localizados no bairro Irineu Serra,
disponibilizado para atender uma pequena comunidade (foto 1), há
diariamente uma média de 20 pessoas acessando a internet, com tempo
médio de três horas de navegação. Com velocidade entre 380 e 420kb,
alguns desses usuários chegam a realizar um tráfego de downloads de mais
de 30 Gb por mês, comprovando o acesso da região ao serviço oferecido
pelo Floresta Digital. “O que acontece é que muitas vezes o usuário está
com má instalação do equipamento ou apontando para o lugar errado.
Dessa forma, ele não consegue captar o sinal emitido”, esclarece Silmar
Antônio, diretor do Floresta Digital.
Na região de Sena Madureira, só no mês de março, 381 pessoas usaram o
serviço, realizando quase onze mil conexões. O sinal de internet foi
liberado no município a partir de novembro e desde então só sofreu corte
na transmissão em decorrência da falta de energia elétrica no
município, operando com uma média de 1,5 Mb e picos de 2,92 Mb. Apenas
nas últimas oito horas (dados coletados às 22hs do dia 18/04) o pico
ultrapassou os 3,85 Mb, números similares aos registrados na última hora
(vide Gráficos).
Atualmente, o programa está passando por uma nova fase, voltada à
aproximação com o cidadão, em busca de melhores resultados. Como o
principal motivo da falta de acesso é a dificuldade para que os usuários
instalem corretamente suas antenas, o Floresta Digital preparou uma
equipe e há alguns meses vem realizando um trabalho de visitação
técnica, indo à casa dos usuários e ensinando a forma correta de
instalação e uso da antena. “Houve um temporal forte e arrancou minha
antena, e depois disso não consegui mais acessar a internet. Agora eu
consigo todos os dias, pois os técnicos vieram aqui e identificaram o
problema”, disse Josimar Lima de Almeida, comerciante e residente no
bairro Boa União.
Outra moradora da região, Cristina Belo, 23, teve a mesma
experiência. “Antes eu só conseguia acessar a internet de manhã. Agora,
depois que recebi a visita e eles arrumaram a antena para mim, eu acesso
todo dia, a qualquer hora”, comemora a usuária. “Estou muito feliz
agora, pois eu precisava muito da internet. Eles disseram que ela estava
apontando para o lugar errado, muito para baixo. E depois eles ainda
voltaram para ver se continuava pegando bem”, conta Cristina, relatando
um problema simples, que muitas vezes compromete a qualidade do sinal.
No último ano, a velocidade média da internet do Floresta Digital
dobrou, passando de pouco mais de 200kb para mais de 400kb, e novos
pontos de acesso foram implantados. Embora a equipe do programa esteja
trabalhando para melhorar os serviços, ainda há dificuldades. Uma delas
ocorreu recentemente no município de Tarauacá, quando o cabo subterrâneo
de energia elétrica foi rompido, em três ocasiões e locais diferentes,
impossibilitando a continuidade do serviço. Para resolver o problema, os
cabos de energia estão sendo trocados e reforçados com um cabo de aço
suspenso.
Projeto Baixada
“A cidade é um organismo vivo”, definiu Carlos Alberto Rebello,
assessor especial do governo. Ele explica que muitas vezes o sinal do
Floresta Digital acaba sendo prejudicado pelo crescimento da cidade, com
paredes sendo levantadas, árvores crescendo e obstáculos interrompendo o
sinal, que antes era livre de barreiras. “Tudo isso influi na
velocidade de conexão, por isso nossa equipe está a campo para realizar o
mapeamento e proceder a novos ajustes no programa”, ressalta. O
assessor explica que a Baixada da Sobral está sendo um piloto para essa
revisão do Floresta Digital.
De acordo com Paulo Roberto Ruela, consultor de redes da Diretoria de
Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC) da Seplan, além da
elevação dos pontos de acesso visando facilitar a captação do sinal
pelas antenas domésticas, também estão sendo instalados na região novos
equipamentos, como Rádio Painéis e Pontos de Acesso. “É importante
lembrar que esse processo de aprendizagem e melhorias será replicado nos
outros locais. Esse é apenas nosso ponto inicial”, afirma.
De acordo com a DTIC, a Praça Joaquim Macedo está sendo preparada
para oferecer internet gratuita através de Hotspots (pontos de acesso),
possibilitando entrar na internet sem a necessidade de antenas, apenas
com notebooks ou celulares, como ocorre em outros pontos da cidade, a
exemplo da Biblioteca Pública.
Telecentros e cursos a distância
Nos telecentros do Floresta Digital, mais de seis mil pessoas puderam
se qualificar, participando de cursos e oficinas gratuitas. "Sem os
telecentros, pessoas humildes, que não podem pagar escolas de
informática, não poderiam ter realizado seus cursos", afirma Paulo
Henrique Oliveira chefe da Divisão de Inclusão Digital da Seplan. De
acordo com ele, são mais de 60 mil cadastros realizados apenas para os
telecentros, além do Floresta Digital, que têm a mesma proporção. “Já
são quase seiscentos mil os números de acessos realizados nos
telecentros. Imagine esse montante impedido de exercer esse direito por
não poder pagar pelo serviço?”, defende Oliveira.
Fazendo intermédio entre o acesso à internet proporcionada pelos
Hotspots e os cursos oferecidos nos telecentros, que hoje já somam mais
de seis mil formados, a Diretoria de Modernização Administrativa (DMA),
também da Seplan, lançou este mês o Portal de Ensino a Distância do
Floresta Digital. O portal está aberto à comunidade e pode ser acessado
no endereço www.ead.florestadigital.ac. gov.br,
precisando apenas do cadastro no Floresta Digital. Um dos cursos que
estão em desenvolvimento é o de “instalação da antena”, que irá auxiliar
o usuário a instalar e configurar corretamente sua antena.
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Professor e Jornalista
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Floresta Digital lança portal de ensino a distância
O Floresta Digital colocou no ar, nesta terça-feira, 10, um portal de
Ensino a Distância (EaD) com cursos gratuitos, via internet. O novo
serviço do programa, que já oferecia sinal para acesso à internet
diretamente nas residências, além de cursos e oficinas nos telecentros, é
mais uma ferramenta para promover a inclusão digital.
O chefe da Divisão de Inclusão Digital da DMA, Paulo Henrique
Oliveira, explica que primeiramente o portal passou por um período de
testes. “Como um dos objetivos é a formação, lançamos o piloto com
monitores de telecentros de diversos municípios do Acre. E agora estamos
iniciando a abertura dos cursos para a comunidade. Segundo Oliveira, o
propósito do portal é disponibilizar, aos poucos, todos os cursos e
oficinas existentes nos telecentros. “Entre cursos sem tutoria e com
tutoriac já temos mais de quinze opções disponíveis. E outros cursos já
estão sendo adaptados ou em desenvolvimento para a EaD”, disse.
A aluna do Curso de ‘Introdução ao Moodle’, Socorro Bianca, disse ter
gostado da nova possibilidade. “O que mais me chamou a atenção é a
interação que o tutor procura ter com os participantes, dando respostas
rápidas e procurando tirar as dúvidas que poderão vir a existir, além de
incentivar o aluno a expor suas respostas ou ideias com mais
intensidade”, destacou. Já a colega de curso Simone Vieira apontou a
necessidade de o primeiro curso realizado ser o que ensina a utilizar os
recursos do portal. “O primeiro passo para poder fazer um curso a
distância é conhecer o ambiente do curso e saber como utilizar as
ferramentas”, explicou a ex-monitora.
Para o coordenador em Educação e Comunicação da Diretoria de
Modernização Administrativa (DMA), da Seplan, Fábio Gonçalves de
Carvalho, esse novo serviço acaba unificando as duas atribuições básicas
do programa, possibilitando a realização de cursos na residência do
próprio cidadão. “Nenhum outro programa de inclusão digital possui essas
características. Normalmente, ou se disponibiliza telecentros ou acesso
à internet, e nós já oferecíamos os dois em um modelo único no país.
Agora, com nosso portal de EaD, elevamos ainda mais o alcance social do
programa”, argumentou Carvalho.
Os cursos de Informática Básica em Linux e o de Introducão ao Moodle,
além das Oficinas de Stop Motion e a Oficina de Jornalismo, todos têm
tutoria e estão sujeitos à formação de turmas para o início das aulas
virtuais. Além disso, é possível realizar cursos sem tutoria, bastando
se inscrever no próprio portal, iniciando os estudos na mesma hora e sem
necessidade de sair de casa. Se desejar, a pessoa pode também
participar dos cursos virtuais utilizando a internet nos próprios
telecentros, através do acesso livre. Mas, mesmo nesses casos, a tutoria
do Portal EaD será exclusivamente online.
Para se participar dos cursos oferecidos pelo portal EaD é preciso
ter cadastro no Floresta Digital. As inscrições devem ser feitas no
endereço www.ead.florestadigital.ac. gov.br.
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Professor e Jornalista
terça-feira, 3 de abril de 2012
A Educação online e o paradigma da má qualidade
A educação, os professores e a forma como estes vêem a própria
prática docente estão em transformação, ou, ao menos deveriam.
Não se pode mais esperar uma educação unilateral, hierárquica e
de apenas uma via na informação que é transmitida. Hoje a
possibilidade de comunicação de todos para todos, a ênfase na
construção do conhecimento e as possibilidades de interação entre
professor e alunos provam que os tempos mudaram, e com eles, as
necessidades pedagógicas.
Não podemos fechar nossos olhos para a realidade e nos iludirmos que
a tecnologia moderna não afeta a forma como devemos trabalhar a
educação, ou pior, agir tecnofóbicamente, acreditando que a
educação online é o novo vilão a ser combatido pelos fiéis
defensores da tradição. Felizmente este é um quadro decrescente, e
cada vez, mais pessoas percebem que a Educação a Distância não
almeja substituir os professores, mas agregar a eles possibilidades
de elevar a prática da educação com novos recursos e caminhos
diversos. Eu sou um dos que acreditam nisso.
A educação através da internet é nova, um bebê se comparada ao
método tradicional, mas em tão pouco tempo já quebrou muitos
paradigmas. É não somente possível, mas inevitável, que se
cumpram os princípios de interatividade, tendência construcionista
e co-autoria entre professor e aluno, promessas enunciadas para o
sistema de educação online. É fácil constatar que o ensino online
está amadurecendo, e após a grande bolha da internet e a explosão
dos cursos milagrosos, que prometiam formação a preço baixo, sem
necessidade de sair de casa e até sem necessidade de dedicar tempo
aos estudos, já se começa a separar o “joio do trigo”.
O processo de ensino a distância, ou online, como prefiro dizer,
ainda está em construção, como sempre estará –espera-se, pois a
educação não é uma equação exata, onde se soma dois mais dois.
É um processo em constante mutação, onde não existem verdades
definitivas.
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