terça-feira, 15 de maio de 2012

Vigilantes da Ufac estão “acabando, morrendo ou se aposentando”

Escrito por Por Fábio Carvalho, José Franco e João Lucas Brana    

Um trabalhou como vigilante, mas hoje, trabalha no setor administrativo. Outros dois trabalham na segurança. Em comum, além da experiência na vigilância, duas outras características chamam atenção: o longo tempo de Universidade Federal do Acre - Ufac e a reclamação de que as condições de trabalho não são satisfatórias para um bom exercício profissional. 

Osvaldo da Silva Loyola tem 52 anos e trabalha há 25 anos no setor de segurança. Para ele, não existe o apoio necessário aos profissionais que trabalham no ambiente universitário. “Procuramos fazer o máximo que podemos, dentro das nossas limitações. Nunca tivemos treinamento acompanhado para executar as funções”, reclama o servidor.

Já Sebastião Teixeira de Oliveira, 65 anos, conta ter entrado para a Ufac em 1981, como pedreiro. Depois de sete anos, trocou de função para vigilante e atualmente trabalha no setor administrativo. Ele diz ter sido afastado da vigilância por problemas de saúde decorrentes da profissão e afirma que sempre existiu acompanhamento médico, mas que a carência é grande em outros setores. “Acompanhamento psicológico nós nunca tivemos. (...) Treinamento de tiros, nós tivemos uma única vez, só não lembro a data. Foi com a PM mesmo”, conclui.

“Nos últimos 30 anos, nada melhorou aqui, só estacionou”, afirma Maurício de Vasconcelos, 62 anos. De acordo com ele, um dos grandes problemas da classe é a escassez de concursos para suprir a falta dos trabalhadores aposentados ou afastados do serviço. Segundo ele, alguns novos vigilantes entraram como serviço terceirizado e amenizaram o problema, mas ainda é pouco para uma instituição do porte da Ufac. “Nós estamos acabando, morrendo ou se aposentando. (...) Éramos 72, hoje somos em torno de 22 homens”, ressalta Vasconcelos.

Para verificar as informações, a Prefeita da Universidade foi procurada, mas em nenhuma tentativa foi encontrada para fornecer a posição da Ufac sobre as questões. A assessoria de comunicação também não respondeu à equipe de reportagem.

Matéria originalmente publicada no site A Catraia

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