quinta-feira, 14 de julho de 2011

O fim da privacidade: Google e Facebook


Google e Facebook travam claramente uma luta para dominar o conhecimento e os detalhes da vida de cada um de nós, em busca de receitas publicitárias.

“Sou fã do Rogério Ceni. Se ele continuar assim, tá ótimo! Chupa Bambizada!”
Frase típica e normal quando proferida em um estádio de futebol, mesmo cercado de milhares de pessoas. Agora, isso foi dito em março no Twitter, pelo então diretor de comercial da Locaweb, Alex Gilkas. E a tuitada custou seu emprego, já que a empresa em que trabalhava era patrocinadora do São Paulo Futebol Clube, que na ocasião jogava contra o Corinthians, time de Alex, claro.
Será que as pessoas ainda não entenderam que o conceito de privacidade mudou?
E não sou eu quem está dizendo isso, mas Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, o maior site do mundo e o mais polêmico quando se trata de privacidade. Mais que o Google, inclusive!
Então vamos a uma breve história da privacidade na web, com foco nas redes sociais.
Um bom ponto de partida é o MSN Messenger, primeiro grande fenômeno social do mercado brasileiro. Hoje o Brasil tem o maior número de usuários do serviço, a ponto de Steve Ballmer em pessoa vir lançar a nova versão em São Paulo.
A única coisa que você compartilhava no MSN era sua foto e depois uma pequena frase, onde as pessoas colocavam seu humor, um comentário ou uma mensagem a amigos. O sistema evoluiu e você passou a poder compartilhar as músicas que estava ouvindo, por exemplo.
Até então nada muito grave, certo?
Na paralela, os blogs e fotologs deram início à febre de compartilhar seu dia-a-dia, através de fotos e posts pessoais. Com a explosão dos celulares com câmera a coisa ganhou dimensões muito maiores, até chegarmos nos vídeos do YouTube, onde muita gente se arrepende de ter deixado os amigos filmarem suas loucuras sobre influência etílica, por assim dizer.
Com o Orkut surgiram as comunidades tipo Odeio Levantar Cedo, Adoro Beijo de Língua e outras com fundos “filosóficos” similares.
Aí a coisa começou a descambar, já que ao acessar uma página pessoal você poderia claramente traçar o perfil daquela pessoa, através de suas preferências pessoais até fotos de todos os tipos.
Ao chegarmos ao Twitter e Facebook a coisa realmente muda de figura! Principalmente a partir do momento onde os mecanismos de busca passam a indexar e exibir informações contidas nestes sites.
Se você fizer uma busca por “Marcelo Sant’Iago” no Google são mais de 3.000 resultados. Mas você verá poucos detalhes dos meus perfis em redes sociais porque eu bloqueei, mas nem todo mundo está familiarizado com isso.
No Facebook, por exemplo, a opção padrão é mostrar tudo e você é quem ativamente precisa fazer o “opt-out” para proteger sua privacidade.
E não é de hoje que o Facebook abusa, já que em 2007 ele lançou o sistema de publicidade baseado em compartilhamento chamado Beacon, que foi duramente crucificado e teve vida efêmera por expor demais os usuários. Assim como o Google Buzz, que também abriu grandes brechas na privacidade dos clientes de Gmail.
Fato: Google e principalmente o Facebook, com sua iniciativa de abrir e disponibilizar seus recursos em outros sites (como o famoso botão “Like it”), travam claramente uma luta para dominar o conhecimento, a informação, os detalhes da vida de cada um de nós. O objetivo? Receitas publicitárias.
Mas como disse Zuckerberg ao Techcrunch, “a norma social é algo que evoluiu com o tempo, e nós estamos acompanhando este processo”.
Para finalizar, uma declaração do advogado Renato Opice Blum, especialista em questões jurídicas envolvendo a web em entrevista ao IDG Now: “A empresa pode mandar um colaborador embora se avaliar que a postura dele é inadequada no Twitter ou outra rede social. É um direito dela”.
Então, pense duas vezes antes de criar aquela comunidade difamando seu chefe ou antes de sua próxima tuitada! 

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