sábado, 14 de maio de 2011

Minha Vida é Rock N’Roll!

Esta crônica debochada e despretensiosa foi escrita há alguns anos, inspirado no título de uma das mais conhecidas obras do Made In Brazil, uma das mais antigas bandas de rock do Brasil. Para criar o conto não levei em consideração a letra da música, mas a crônica carrega diversas outras referências ao rock and roll. Posteriormente escrevi uma pequena peça de teatro, em III atos, baseada na crônica.

Com o Made In Brazil em SP
Nunca acreditei em horóscopos, misticismo, religião, Deus, magia ou esoterismos afins. Sempre fui do tipo cético, ateu e racional. Mas, a numerologia, uma exceção à regra, sempre me fascinou. Principalmente pelo número 3, que me persegue desde a tenra idade.
Já aos nove anos (3 vezes 3?) tive minha primeira experiência relacionada ao poder deste número místico, presente na trindade, nas pontas do triângulo e até nos romances mais interessantes (do ponto de vista exterior, claro). Nesta idade, modéstia à parte, eu já havia tido algumas experiências sexuais, tem o encosta aqui, o encosta ali, passa o dedo ali, e inocentemente, assim vai. Mas certo dia, estava na casa de uma amiga de minha mãe, que por sua vez, era mãe de duas lindas garotinhas. Uma delas, a mais nova, era também a responsável direta por estas minhas experiências precoces... Brincávamos de vampiro, médico e até de casinha, sempre, no mão pra lá e mão pra cá, uma beleza. Mas um dia, algo acabou me tirando desta rotina, sei lá por qual motivo, a irmã mais velha dela, que deve ter percebido nossas brincadeiras mais interessantes debaixo das cobertas, resolveu enfiar a mão dentro do meu short enquanto assistíamos sozinhos, à televisão. Que beleza! Não demorou muito e acabamos nós três indo brincar juntinhos no quarto. Pensa que acabou aí? Nada disso!

Mais tarde, as safadinhas devem ter contato à prima delas o que havíamos feito, e ela, mais velha, e mais safada que nós todos, sabe-se lá as razões, resolveu dividir a cama comigo à noite. Que coisa, ao contrário das outras duas, ela era beeemmm mais velha, e não tenho vergonha de dizer que até me assustei com toda aquela floresta que minhas mãos, acostumadas a florestas virgens e desmatadas do cerrado percorriam pela primeira vez. As montanhas ao norte, bem mais salientes e gigantes que as planínicies retas a que estava acostumado também me deixaram um pouco preocupado, senti como se fosse “areia demais para meu caminhãozinho” como costuma-se dizer, e então, para desgosto mais dela que meu, não consegui passar disso. Em um dia, eu, pobre pentelho, consegui duas proezas, realizei a maior fantasia masculina ao ‘pegar” duas de uma vez e tive um pouco mais tarde minha primeira brochada. Também, pegar três em um dia é demais para qualquer um! Acho que vem daí minha fixação pelo número três, e talvez por isso, tenha me casado três vezes.

Minha primeira esposa foi uma atriz chamada Pâmela. Conheci-a em uma peça de teatro, eu era público, era do elenco. Representava uma dançarina de strip-tease que havia se apaixonado por um jovem policial que a havia prendido por tráfico de drogas. Ela ficava tão sexy nua que me apaixonei na hora. Nosso casamento durou dois meses, descobri que ela filmava nossas transas e colocava na internet. O problema nem foram os filmes, que modéstia à parte eram uma boa propaganda para mim e minhas virtudes, o problema foi as músicas que ela usou como trilha sonora... Enquanto eu imagina a Pamela Anderson e uma música tipo a Girls, Girls, Girls do Mötley Crüe, ela colocava músicas como “Rebolation” e aberrações do tipo... Humilhante. Nosso casamento acabou na hora e me vinguei saindo com a irmã dela, que também ouvia rock. Os filmes ainda estão na rede, mas agora, rodeados de hard rock e glam metal festeiro, uma beleza!

Minha segunda esposa era religiosa, nem podia imaginar que eu havia sido um ator tão grandioso, se me permitem a falta de modéstia novamente. Meus amigos a apelidaram de Robert Plant, pois ela assim como o cara que usava uma escada para o céu  tinha grandes jubas amareladas e encaracoladas, mas graças à Deus, era bem mais bonita., com olhos azuis esverdeados, peitinhos durinhos e uma bundinha linda. Nosso namoro durou menos de três meses. O pai, conservador discípulo das palavras que acredita serem de Deus, descobriu nossos encontros às escondidas  e deu seu veredicto, ou casa ou leva chumbo! Escolhi casar, afinal, morto não pode ter amante não é?

Nosso casamento acabou quando ela descobriu que eu estava saindo com outra mulher. Acredite ou não, o fato de eu ter uma amante nem foi o que a fez ir embora, o que a irritou na verdade é que a dita cuja tinha uma religião diferente, isso sim é que era traição para ela! Pra minha sorte, fiquei sabendo de algumas coisas sobre o pai dela e um gosto estranho por camisolas, graças à isso, fui embora tranqüilamente sem medo da espingarda que me forçou a casar. Aproveitei e também disse adeus à minha amante, pois agora, sem esposa, ela deixaria de ser amante, e seria promovida ao cargo principal. Dei o fora rapidinho.  Estava cansado de ouvir que rock é coisa do diabo e aquele papo todo que o Kiss esmaga pintinhos, das mensagens inversas e outras coisas do tipo.

Passei algum tempo solteiro, curtindo as casas de strip e sexo selvagem em lugares exóticos. Uma vez quase fiquei sem pinto em uma destas aventuras em beira de estradas e precipícios no mato e resolvi dar um tempo nas aventuras radicais pelo bem de meus futuros descendentes. Foi quando conheci minha terceira esposa. Ana. Apelidei-a de Vampirana, pois ela sabia chupar um... pescoço como ninguém! Além disso, era uma besta insaciável, livre de falsos moralismos e pudores religiosos.

Este, foi o casamento que mais durou, pois ela fazia tudo aquilo que quase ninguém pode pedir à esposa, e assim, eu não precisava procurar fora de minha casa o que eu tinha em meu quarto. E, modéstia à parte, que beleza! Nunca houve no mundo um casal que se entenda tão bem na cama. Foi um casamento tão bom que ela ainda me arrumava namoradas lindas, para ela, valia tudo pelo prazer, mesmo que fosse ter mais duas mulheres na cama conosco. Claro, nada de homens! A única regra que tínhamos era esta, e disso nunca abri mão, chamem de machismo ou do que quiserem, mas entre nossas quatro paredes vale tudo, menos homem com homem...

Mas aí ela começou a arrumar muitas namoradas, principalmente góticas, nós adorávamos as góticas, a pele branca, imaculada de raios ultra-violetas, a maquiagem carregada, os peitos quase sempre rechonchudos e rosados saltando pelas roupas curtas de couro e todo aquele visual de The Cure. Que beleza! Pena que com o tempo começaram a namorar mais entre si que comigo, e aí percebi que tinha virado um mero voyeur... Fui comprar cigarros e nunca mais voltei.

 Isso faz três anos (olha o 3 de novo!), e só me forcei a lembrar de tudo isso por quê acabo de reencontrar a Ana. Que tesão, voluptuosa como sempre, nos comemos com o olhar. Não passou cinco minutos e lá estávamos nós, no canto mais escuro do Madame Satã (famoso bar de São Paulo), transando como se fôssemos uma versão 3d do Kama-Sutra. Havia tanto orgasmo, tanta energia e tanta eletricidade entre nós que era como se uma bomba nuclear estivesse prestes a ser detonada. Mal acabamos a primeira transa e já começamos de novo, e desta vez, mais duas garotas entram no meio, eu acabo com as três uma vez e em seguida elas acabam comigo pelo resto da semana. Que noite! Só me preocupei em me certificar que eram mulheres, de resto, valia tudo. Fui embora e nem vi a cara delas, podiam ser qualquer mulher do mundo. Me senti como se fosse parte do filme “De olhos bem fechados”, elas deviam saber quem sou, mas eu nem imaginava quem seriam...

E finalmente, aqui estou. Na internet assistindo a um filme pornô onde transo com minhas três esposas ao mesmo tempo, as outras duas, inacreditavelmente eram minhas antigas esposas, a atriz, a vampirana e a religiosa, incrível! Acharia que foi uma grande coincidência, se elas não tivessem colocado o filme na rede. Mas como colocaram, foi mesmo tudo planejado. As malditas arquitetaram uma vingança contra mim, e agora, moram juntas, transando toda noite e rindo de minha cara...  O quê? Você acha que foi uma vingança boa só por quê transei com as três ao mesmo tempo na melhor suruba já feita desde os tempos de Casanova? Eu concordaria, se não fosse a maldita trilha sonora que colocaram no filme... Pagode não, minha vida é rock n’roll!

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