quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ciência e Arte.




Nas antigas sociedades a arte não era dissociada da ciência, e ambos caminhavam lado a lado. Esta separação é recente, e mais forte na cultura onde a ciência é vista pela sociedade como detentora da verdade. A arte por sua vez não obtém este reconhecimento, não obtendo sob a perspectiva do saber, uma contribuição efetiva no estabelecimento da verdade (Herrera pág.01. Na Renascença não existia ainda esta separação, “Leonardo da Vinci, por exemplo, atuava como pintor, escultor, biólogo, naturalista e filósofo. Em sua obra, é visível a integração que existia entre arte, filosofia e ciência (COSTA, Cristina, 1999:70)”. Entretanto, alguns séculos após se separaram brutalmente, sendo vistas como áreas totalmente distintas, sendo a ciência produto do pensamento racional e a arte pura sensibilidade. Para Herrera, “A ciência sistematiza, classifica, ordena, estabelece causas e efeitos na explicação dos feômenos. A arte não busca uma resposta imediata, não persegue a verdade absoluta que esgote o real como possibilidades”. Mas ainda perduram outras formas de pensar que aproximam estas duas vias:

Tanto uma como a outra são ações criadoras na construção do devir humano. Assim, o conceito de verdade científico sempre cria mobilidade, o que aproxima estruturalmente os produtos a ciência e arte. Diante disso, há cada vez mais a tendência de dimensionar a complementaridade entre arte e ciência, necessitando da distinção entre elas e, ao mesmo tempo, integrando-as numa nova compreensão do ser humano (PCN - Arte, 1997).



O que seria do mundo da ciência sem a visão artística de Júlio Verne e mesmo Arthur C.Clark? Ou de Leonardo da Vinci? Era tão grande artista quanto cientista, e o conhecimento empregado em ambas as áreas serviram de mola propulsora tanto para o desenvolvimento da arte quanto da ciência. O próprio Einsten, afirmou que ao teorizar não “pensava em palavras”, mas primeiro criava mentalmente uma forma de pensamento visual (ícones), para então, traduzir seu pensamento visual para equações e fórmulas. Para os pintores e escultores existem uma série de fórmulas físicas e matemáticas que delineam seu trabalho, é preciso não apenas a sensibilidade artística ou a inspiração, é preciso também o conhecimento científico das leis de perspectiva, proporção áurea, etc...
Hoje, muitas obras tomam como tema questões relacionadas à tecnologia e ao conhecimento científico conseqüente. Pinturas fractais, arte digital, imagens microscópicas transformadas em belas paisagens... A ciência e a arte estão se reencontrando novamente, e deste reencontro, nenhuma sai ganhando, as duas saem.

Referências:

HERRERA, Antônia Torreão, Arte e ciência, Universitas Cultura, Salvador.
QUADROS, Cláudia Teresinha e col, Arte e Educação: Funções e significados

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