domingo, 4 de outubro de 2009

Transdisciplinaridade

Como deixa claro Basarab Nicolescu, o prefixo trans, indica que a transdisciplinaridade deve estar entre as disciplinas, mas ao mesmo tempo permeando, através, além, o que significa que a transdisciplinaridade, ao contrário de outras disciplinaridades se processa através de um sistema total, onde é necessário que exista um pensamento organizador que ultrapasse as disciplinas.
Para o professor, é essencial uma visão e uma postura calcada na prática transdiciplinar, mas ainda vivemos sob princípios fortemente influenciados pela fragmentação dos conhecimentos ocorrida com a revolução industrial, e por isso, o professor deve abandonar o reducionismo que tem pautado o conhecimento científico desde então e agir interagindo de forma máxima entre as disciplinas, porém, respeitando a individualidade de cada uma, sem transformar este amálgama em uma única disciplina.

Para Morin (2004), “a ciência nunca teria sido ciência se não tivesse sido transdisciplinar”, entretanto, a transdisciplinaridade está além de uma simples diversidade de técnicas e recursos. Segundo Roudinesco (2000), a psicanálise tornou-se, no século passado, o emblema das explicações contemporâneas da subjetividade, permitindo o diálogo com outros campos de saberes, Gerber (2005) fez uma comparação entre os pilares da transdisciplinaridade e a postulação de Freud sobre o inconsciente, admitindo a Psicanálise como pioneira no transdisciplinarismo. Outros, como Chaves (1998) e os pesquisadores da UFF, Gilson Saippa e Lilian Koifman colocam-na a serviço da saúde, onde afirmam que "O momento da clínica é necessariamente transdisciplinar" . Devido à sua natureza não segregada, pode-se e deve-se aplicar a interdisciplinaridade a qualquer área.

Como afirmou Morin; “O objetivo do conhecimento não é descobrir o segredo do mundo, mas dialogar com o mistério do mundo”. Niels Bohr (prêmio Nobel de Física em 1975) afirmou: “O problema da unidade do conhecimento é intimamente ligado à nossa busca de uma compreensão universal, destinada a elevar a cultura humana”. Podemos então, concluir que transdisciplinaridade transcende a qualquer rótulo, reduconismo ou generalizações.

Referências

MOTA, JANAÍNA. A Complexidade e a Transdisciplinaridade.
ALMEIDA, INÊS MARIA DE. Transdisciplinaridade.
SANTOS, AKIKO. O que é Transdisciplinaridade. Publicado no periódico Rural Semanal, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, I parte: na semana de 22/28 de agosto de 2005; II parte: na semana de 29/04 de setembro de 2005.
RIBEIRO, OSWALDO LUÍZ. Complexidade e Transdisciplinaridade. Disponível em: <http://www.ouviroevento.pro.br/index/carta_da_transdiscipliradidade.htm#Declaracao%20de%20Veneze>. Acesso em 24 de Maio de 2009.
BONILLA, JOSÉ A. O novo paradigma: Transdisciplinaridade. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos909/novo-paradigma-transdisciplinaridade/novo-paradigma-transdisciplinaridade.shtml>. Acesso em 30 de Maio de 2009.
LAPPIS. ORG. Transdisciplinaridade: Entrevista com Gilson Saippa e Lilian Koifman. Disponível em: < http://www.lappis.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=25&infoid=494> Acesso em 31 de Maio de 2009
WIKIPÉDIA. Transdisciplinaridade, Interdisciplinaridade, Complexidade. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Transdisciplinaridade>. Acesso em 25 de Maio de 2009

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