domingo, 23 de agosto de 2009

Trabalho "Wiki"

Sabemos que a arte até bem pouco tempo era tida como uma disciplina de "passa tempo", ou seja, em muitas escolas, o trabalho com artes poderia ser realizado por qualquer pessoa que tivesse alguma habilidade manual, ou que simplesmente deixasse as crianças desenharem e pintarem a sua maneira, ou até mesmo com modelos já prontos que deveriam apenas ser copiados. No entanto, de uns tempos para cá, o ensino da arte tem se tornado notório em nossas escolas, e por isso, mais evidente. Sendo assim, já não basta que o professor possua algumas habilidades manuais, mas esta disciplina exige um conhecimento maior por parte do professor, tanto de teorias como do uso das tecnologias, pois, hoje, são inúmeras as opções de materiais e recursos que podem ser utilizados em sala de aula para contribuir com o processo de aprendizagem dos alunos e despertar interesse e criatividade pela arte. Desta forma, o professor de arte precisa estar sempre inovando, ampliando seus conhecimentos com relação a conteúdos, materiais, recursos pedagógicos e aplicando suas habilidades, a fim de, proporcionar a seu aluno as condições necessárias de aprendizagem.

Indo além deste cenário, percebemos que na verdade o papel dos educadores nunca foi bem definido no Brasil, sobretudo no que tange ao ensino de artes, onde reside uma classe de educadores menosprezada e frequentemente tratada como desnecessária. Como aponta Alarcão (2.000) “nos discursos oficiais, é unanimemente reconhecido que a educação é fonte de desenvolvimento humano, cultural, social e econômico. E que, nesse desenvolvimento, os professores e a escola desempenham um papel fundamental”. Educar vai além de seguir cartilhas, apresentar desenhos para colorir ou pintar a cara no Dia do Índio ou seguir a escola reprodutivista que Boourdieu (1975) cita como a perpetuação de uma reprodução igualitária e de dominação. É preciso rever os processos que pretendem levar conhecimento aos alunos, expandir as alternativas, pois “o contato com a experiência de novas possibilidades introduz o auto-questionamento, abre caminho a uma dimensão reflexiva e impede o encerramento de cada comunidade historicamente dada dentro de si própria, numa familiaridade autista com os elementos da sua cultura e da sua tradição (CORREIA, s.d., p.06)”. Entre estas novas possibilidades está a nova realidade tecnológica, que deve ser pensada e utilizada pelos educadores como ferramentas e não como ameaças ao (bom) estudo, mas também, e principalmente não estar fechado à possibilidade de transformação interior. Como aponta Vieira (1999): “(…) a inovação pedagógica implica modificações da cultura pessoal do professor”. Este novo perfil dos educadores, amparados nesta visão tecnológica torna-os atualizados no contexto do pós-modernismo e suas implicações para a educação.

Os educadores têm a obrigação de intermediar na construção do conhecimento do aluno, ajudando-o a construir, reconstruir, desenvolver a auto-estima, ensinar a criticidade e auto-crítica, trabalhar os novos campos do saber e as novas formas de expressão. É necessário ao educador atribuir-se o papel de motivador e de exemplo ético. São estas atitudes que farão destas crianças os novos educadores de nossa sociedade e serão eles que definirão qual será o novo papel do educador, pois “O caráter da educação resulta do caráter da sociedade que a ministra e não o contrário, como ainda hoje pensam muitos educadores e pessoas mais ou menos desprevenidas. A educação, a instrução, a cultura são funções da sociedade, e não o contrário”(LEMME,1961, p. 21).
Como fica evidente portanto, o professor de artes não deve se preocupar apenas com a aula mas com o aluno em sua totalidade, levando em consideração as habilidades, sentimentos e forma de se expressar. Além dos varios materiais que existem o professor pode e deve utilizar a tecnologia a seu favor, usando por exemplo a arte grafica, as mídias eletrônicas, a música moderna, tudo que possa envolver o aluno de forma prazeroza. Sendo assim, é essencial ao professor uma visão e uma postura calcada na prática transdiciplinar, mas ainda vivemos sob princípios fortemente influenciados pela fragmentação dos conhecimentos ocorrida com a revolução industrial, e por isso, o professor deve abandonar o reducionismo que tem pautado o conhecimento científico desde então e agir interagindo de forma máxima entre as disciplinas, porém, respeitando a individualidade de cada uma, sem transformar este amálgama em uma única disciplina.

Um comentário:

  1. Olá Fábio, Parabéns! Agora vamos alimentar o blog com assuntos relacionados à disciplina, mas você também pode acrescentar algo mais que seja de alguma forma interessante para todos. Não localizei a letra da música!!! Você postou?
    um abraço,
    Cinara

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